Pensamentos Marcantes...

Ninguém nasce já com ódio por outra pessoa pela sua pele, pela sua nacionalidade ou ainda pela su religião. Para odiar, a pessoas têm de aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.
Nelson Mandela

Acredito na liberdade para todos; não apenas para os negros.
Bob Marley

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

A CULTURA EM UM PONTO DE VISTA ANTROPOLOGICO


  DA NATUREZA DA CULTURA OU DA NATUREZA À CULTURA

A análise da cultura, através da observância dos modos de vida e de expressão de uma sociedade, pode causar ao observador ( não pertencente àquele núcleo) estranheza dos costumes. Fato que demonstra a clara diferença que existe entre cada agrupamento de pessoas, no que se refere ao que hoje chamamos de cultura.
Por toda a História, estudiosos desenvolveram teorias no sentido de identificar e explicar as diferenças de comportamento entre os homens. O presente texto apresenta de forma resumida as principais teorias a respeito do tema, passando ainda pelas tentativas de conceituação da cultura.
A etimologia da palavra cultura se decorre do termo alemão “Kulter” e da expressão francesa “Civiliation”, mesclado por Edward Tylor no Sec. XVIII como “Culture”, pelo seu livro “Primitive Culture” (1871), termo inicialmente pertencente ao vocabulário norte americano, aonde foi descrito pelo autor “[...] inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”, deste modo, com esta citação, Tylor abrange uma gama de ideais “possibilidades de realização humana”, a palavra cultura.
Tylor afirma que:
 [...], cultura pode ser objeto e um estudo sistemático, pois trata-se de um fenômeno natural que possui causas e regularidades, permitindo um estudo objetivo e uma análise capaz de proporcionar a formulação de leis sobre o processo cultural e  evolução. [...], “A diversidade é explicada por ele como o resultado da desigualdade de estágios existentes no processo da evolução. Assim, uma das tarefas da antropologia seria a de estabelecer “estabelecer, grosso modo uma escala de civilização”, simplesmente colocando as nações européias em um dos externos da serie e em outro as tribos selvagens, dispondo o resto da humanidade ente dois limites. [...], Desta Maneira era fácil estabelecer uma escala evolutiva que não deixava de ser um processo discriminatório, através do qual as diferentes sociedades humanas eram classificadas hierarquicamente, com nítida vantagem para as culturas européias. Etnocentrismo e ciência marchavam então de mãos juntas.(O grifo é nosso.)[1]
O antropólogo alemão, Franz Boas, trás o conceito divergente do modelo anteriormente citado por Tylor, assim trazendo os conceitos do alcance de resultados a partir de estudos históricos, culturais e psicológicos das comunidades e povos observados, sugerindo então particularismo histórico, assim fazendo seu conceito de cultura afirmando que “só tem sentido quando ocorre de uma abordagem multilinear.”[2],  Boas afirma que há  duas tarefas essenciais para execução da antropologia, a primeira é “a reconstrução da historia ou regiões particulares”[3], e a outra é “a comparação da vida social de diferentes povos, cujo desenvolvimento segue as mesmas leis.”, o referido autor  tinha a visão de que a cultura afastou o homem de seu estado primitivo[4].
O surgimento dos ideais de Kroeber tem grande significância para a ciência antropológica, aonde ele relata, no princípio, que o homem tem de satisfazer seus instintos, como o de se alimentar, o de descansar, o da volúpia, entre outros, ressaltando ainda que, mesmo sendo comum modifica-se de cultura em cultura. Assim Kroeber classifica o homem como um ser predominantemente cultural, aonde sua hereditariedade não influência nos pensamentos e atos.
Kroeber como antropólogo, trouxe muitos conceitos contemporâneos, entre eles estão:
1. A cultura, mais do que a herança gênica, determina comportamento do homem e justifica as suas realizações.
2. O homem age de acordo os seus padrões culturais. Os seus instintos foram parcialmente anulados pelo longo processo evolutivo por que se pagou.(Voltaremos a este ponto mais adiante.)
3. A cultura é o meio de adaptação aos diferentes ambientes ecológicos. Em vez de modificar o seu aparato biológico, o homem modifica o seu equipamento superorgânico.
4. Em decorrência da afirmação anterior, o homem foi capaz de romper as barreiras das diferenças ambientais e transformar todas as barreiras ambientais e transformar toda a terra em seu habitat.
5. Adquirido cultura, o homem passou a depender muito mais do nosso aprendizado do que a agir através de atitudes genericamente determinadas.
6. Como já era do conhecimento da humanidade, desde o ilusionismo é este o processo de aprendizagem (socialização ou endoculturação, não importa o termo) que determina o seu comportamento e a sua capacidade artística ou profissional.
7. Acultura é um processo acumulativo, resultante de todo experiência histórica das gerações anteriores. Este processo limita ou estimula a ação criativa do individuo.
8. Os gênios são indivíduos altamente inteligentes que têm a oportunidade de utilizar o conhecimento existente a seu dispor, construído pelos participantes vivos e mortos de seu sistema cultural, e criar um novo objeto ou uma nova técnica.[5]
Existem teorias que ligam as capacidades congênitas, a pluralidade das raças, ou seja, unem atributos a distintos grupos e os classificam. O conceito anteriormente citado não é absorvido pela antropologia no âmbito do “Determinismo Biológico”, que segundo Felix Keesing: “Não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais”[6], assim entende-se que “a natureza dos homens é a mesma, são seus hábitos que os mantém separados”[7].portanto o homem possui uma grandiosa diversidade cultural na sua espécie.
Em meados do ano de 1950, o mundo se recomponha de fenômenos totalitários nazistas. Dentre os quais o conceito antropológico foi totalmente desprezado, no entanto foi criado em Paris (França) uma declaração antropológica, na qual se relatava os pontos principais da preponderância, na diferenciação cultural de grupos e etnias, ressaltando a capacidade de aprendizagem e plasticidade, evidenciando outros temas e pontos sobre “antropologia como ciência”.
Para a antropologia os gêneros não se alteram, mas distinguem--se, então afetam apenas as questões culturais entre grupos étnicos ou sociedades distintas. Hoje, entende-se que as diferenças biológicas entre homens e mulheres são menos determinantes de seu comportamento, a forma como são forjados. Cada sociedade impõe papéis diferenciados entre os gêneros, supostamente em razão de diferenças físicas, de acordo com a sua construção cultural do que seja masculino ou feminino.
A teoria do “Determinismo Geográfico” tem seu alicerce nos entusiastas da Antiguidade como o Pollio , Ibn Khandum, entre outros( final do Sec. XIX e inicio do século subseqüente).Estes autores mostram a  proposta de que, modificações ambientais como no espaço físico e geográfico conferem influência determinante nas formações e semelhanças culturais.Logo após 1920, este conceito obteve opositores,alterando o entender sobre o tema, expressada por antropólogos como, “Boas, Wissler, Kroeber, e diversos outros colaboradores.”
Os autores anteriormente citados nos trazem a seguinte idéia: “existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais, [...], é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.”[8] Formando então o princípio de que mesmo que povos distintos tenham em comum a sua origem,bem como um ambiente próximo no sentido natural, possuem distintos arranjos culturais.
Dessa forma, a Antropologia atual não admite que as diferenças de comportamento sejam fruto de restrições impostas biológica ou geograficamente. Eis que a superação das barreiras naturais pelo homem se deu justamente com a construção de seu modo de vida.
Surge neste momento o questionamento a respeito da origem do processo cultural, diferenciador do homem em relação aos outros animais. De forma simples, é possível aceitar que a produção cultural coincide com o momento evolutivo em que o cérebro permitiu ao homem essa capacidade.
Para uma corrente, este momento é entendido como aquele pelo qual o ser humano pode convencionar primeira regra. De outro lado, o estudo é no sentido de que esta passagem ocorreu a partir do momento em que o homem adquiriu a capacidade de criar símbolos.
Ocorre que a evolução das espécies ocorre de forma muito lenta, e o desenvolvimento cultural se iniciou antes do fim do desenvolvimento orgânico do homem, de forma simultânea. Razão pela qual a cultura é considerada uma característica da espécie humana.
Hodiernamente, o conceito de cultura continua a ser construído e reconstruído através de inúmeras reformulações.
Pode-se afirmar que a cultura trata de padrões de comportamento transmitidos dentro de um agrupamento humano, com o fito de adaptar a comunidade ao seu meio biológico e tecnológico de organização. Por outro lado, a evolução cultural seguiria os mesmos métodos de seleção natural fisiológicos. No entanto, a ideologia desenvolvida e difundida culturalmente age no sentido de adaptação social.
Neste mote, os estudiosos ainda defendem a idéia de que a cultura seria um sistema cognitivo de análise dos modelos construídas pelo próprio grupo. Em outra abordagem, cultura é considerada como um sistema estrutural de símbolos. Assim, o homem se limita pelo contexto real em que se desenvolve, dentro da simbologia ali dilatada.
Em suma, o estudo da cultura é na verdade pautado sobre os símbolos e significados produzidos cumulativamente e vivenciados dentro de um mesmo contexto social, a respeito das categorias comportamentais. Todavia, o conceito de cultura não foi ainda posto, construído de forma unânime, isto é, a discussão permanece viva.


[1] TYLOR, apud, LARAIA, 2010, p. 30-3.
[2] BOAS, apud, LARAIA, 2010, p. 36.
[3] Idem, Ibidem, p. 35.
[4] Idem, ibidem.
[5] KROEBER, apud, LARAIA, 2010, p. 5.
[6] KEESING, apud, LARAIA, p. 17.
[7] LARAIA, 2010, p. 10.
[8] Idem, Ibidem, p. 21

Texto de Mário Philipe Martins da Paz

Meu "cratinho", terra amada tenta amenizar calor trocando asfalto por pedra

 
Enquanto outras cidades pavimentam suas vias com asfalto, conforme avança o processo de urbanização, no município do Crato, o Governo do Estado está fazendo o oposto. As três principais ruas da cidade estão mudando: o asfalto está sendo retirado e dando lugar a blocos de concretos para, segundo a prefeitura, amenizar o clima no centro.
Segundo o secretário de Infraestrutura do município, José Muniz, o concreto de cor cinza claro pode diminuir a temperatura em até 30% durante as horas mais quentes do dia.
“Um projeto paisagístico acompanha a iniciativa. Serão plantadas árvores que dão boas sombras, apropriadas para centros urbanos”, conta ele.
Como o Crato bem no sopé da Chapada do Araripe. Por estar em uma região serrana, a temperatura é amena à noite, chegando a 15° C. De dia, entretanto, prevalece o sol forte característico do Nordeste e temperaturas altas de até 35 °C.
Com um clima assim, caminhar pelas ruas do centro do Crato – onde está praticamente todo o comércio da cidade de dia – exige disposição e muito protetor solar. “No final da manhã e durante toda à tarde fica muito quente. O asfalto absorve o calor e provoca um efeito estufa”, explica o secretário de Infraestrutura.

Foto: Divulgação
Rua João Pessoa, também no centro da cidade, em 1920, com as pedras, antes do asfalto
Inicialmente, 1,5 quilômetros de extensão das ruas João Pessoa, Miguel Limaverde e Dom Quintino, receberão os blocos de concreto no lugar do asfalto. Essas vias estão ganhando calçadas mais largas de quatro metros de extensão e padronizadas com ladrilhos.
Em contrapartida, as pistas com oito metros de comprimento terão apenas seis agora. “A intenção é tornar o centro um shopping a céu aberto, tirando também a poluição visual e o comércio desordenado” como já foi feito em Juazeiro do Norte, diz o secretário.
O novo calçamento deixará as três ruas mais parecidas com as vias no início do século passado. A rua João Pessoa, por exemplo, tinha calçadas largas e era toda pavimentada por calçamento na década de 20.
As obras começaram na segunda quinzena de julho deste ano. A previsão de entrega é para o final de janeiro de 2012. O valor total é de R$ 5 milhões.

Retirado de:
http://www.vejajuazeiro.com.br/v2/cidades/item/1615-crato-tenta-amenizar-calor-trocando-asfalto-por-pedra.html